Orientação e Mobilidade
Orientação
e mobilidade para as pessoas com cegueira e baixa visão são
fundamentais para a interação do individuo com o ambiente para a
conquista de sua autonomia e possível independência.
Chamamos por orientação o aprendizado no uso dos sentidos para
conseguir as informações do ambiente, como por exemplo saber onde esta,
para onde quer ir e como fazer para chegar ao lugar desejado. Assim a
pessoa usa da audição, do tato, da visão residual para orientar-se. Já a
mobilidade é o aprendizado para um controle dos movimentos de maneira
organizada e eficaz.
Sendo assim a pessoa com deficiência visual pode movimentar-se com a
ajuda do guia vidente, usando as auto-proteções, uma bengala, cão guia e
usando tecnologias como ajuda eletrônicas.
A utilização de guia vidente deve se dar de maneira segura,
eficiente e adequada. Dependendo da diferença de estatura entre o guia
vidente e o deficiente visual, este poderá segurar no braço na altura do
cotovelo, no ombro ou no punho. Esta posição auxilia na interpretação
das pistas dadas pela movimentação do corpo do guia vidente, como
caminhar, parar, virar para direita ou esquerda, desviar de obstáculos
ou pessoas, subir e descer degraus.
Primeiro passo é a utilização de guia vidente, depois passa-se para a
técnica de autoproteções para então iniciar o uso da bengala longa.
Cada técnica demanda uma série de tarefas e aquisição de conceitos para
sua utilização. No uso da bengala longa aprende-se técnica de varredura,
técnica diagonal e técnica de toque.
Antes de iniciarmos com o programa de orientação e mobilidade todo
cuidado é pouco! O acompanhamento constante de oftalmologista e
ortoptista é fundamental. Contudo, é preciso também ter um repertório
vasto de experiencias para formação de conceitos e desenvolvimentos de
habilidades, bem como o treinamento dos sentidos remanescentes.
Após
o total domínio de área interna, o que chamamos de ambiente controlado,
por parte do deficiente visual, é que se parte para um trabalho em
ambientes externos, ou seja, ambiente não controlado. Iniciamos por
áreas residenciais, depois mista de pequenos comércios, área central e
algumas vivencias especiais.
No
caso de crianças com deficiência visual, tão logo inicie a marcha
independente sem apoio, esta deverá passar por vivências pré-bengala que
podem ser trabalhadas de maneira lúdica e adaptada, antes de introduzir
a bengala, respeitando seus interesses, necessidades, seu ritmo e sua
história.
Podem ser usados brinquedos de empurrar à frente do corpo, como
carrinhos de supermercados, carrinhos de bonecas, bastão com rodinhas,
raquetão feito de bambolê, dentre outros. Esses brinquedos ajudarão na
organização e atitude postural, no equilíbrio e na marcha, na
coordenação motora, na consciência e percepção tátil-cinestésica e em
usar a linha média do corpo como referencia para posterior uso da
bengala.
Portanto, um bom trabalho de orientação e mobilidade extrapola
muitas vezes a sala de atendimento, É preciso sim muitas vivencias no
consultório, porém são essenciais e não menos importante as vivências na
casa, nas ruas, na escola, no trabalho, no ônibus, no metrô, no
supermercado, no banco e etc para a aquisição do máximo grau de
autonomia e independência possíveis para cada caso.
Dra. Patricia Leite de Oliveira
Terapeuta Ocupacional
Formada em Orientação e Mobilidade
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